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E sonha.
Sonha entre dias perdidos e noites escuras;
Entre devaneios e ilusões.
Ele é o amor, a coragem, a amizade, a perseverança, o fascínio.
Todos estão com ele.
Ninguém está com ele.
Ó vencedor de batalhas perdidas,
Conquistador de corações inteiros,
Segue, inexoravelmente, seu rumo
Esperando encontrar o que não sabe.
Olha para a direita querendo receber uma mão amiga,
Mas não olha para a esquerda com medo de receber uma mão amiga;
Atrás, contempla sempre o infinito inacabado;
À frente, exibe seu coração o qual não divide com ninguém.
Os olhos daqueles o fitam, esperando...
O quê?!
Talvez um homem, um irmão, um amante, um companheiro, um salvador, talvez...
Eles esperam...
E o que eles veem é apenas um nada!
Um nada frio e silencioso
Tal igual àquele do espaço literal.
Mas, mesmo no frio e silencioso espaço, há estrelas.
E as estrelas brilham.
E de tão intenso que é seu brilho
Que se vê de distâncias imaginárias,
Iluminando universos, sempre solitárias.
E há cometas.
E os cometas passam com suas caudas chamejantes.
E de tão chamejantes que são suas caudas
Que acendem de desejos as mais gélidas almas.
E há planetas e galáxias com suas revoluções.
E de tão revolucionárias que são suas revoluções que
A maré sobe,
As plantas crescem,
Os insetos morrem,
E a vida continua.
E se, mesmo no frio e silencioso espaço há vida,
Ele, portanto, também vive.
Vida fria e silenciosa.
Então, sozinho, ele caminha.
E sonha.
Sonha que um dia será um campeão.
Porque um campeão se faz depois de longas caminhadas,
De lutas vencidas, de guerras travadas...
Campeão será dele mesmo e de mais ninguém.
E descansado estará da maldita jornada então,
Esperará a resposta para a tétrica questão:
É solitário por que sonha
Ou sonha por que é solitário?
Adams Damas
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