Não vamos viver muito.
Então por favor, não me engane.
Meu tempo quero passar
Na companhia da verdade
A verdade de um poema
A verdade de um afago
Um abano no dia de sol
O colo amado e a luz
Dos olhos negros de minha mãe.
Não vamos viver muito.
Então me dê seu abraço
Sem medida, sem vergonha
E se tem algo que queira
Fazer antes ou depois
Toma tuas providências.
A vida não é longa
Nem para quem sofre
Nem para quem canta
A vida é um suspiro
E o meu suspiro que seja
Carregado de amor
Saturado da loucura
Que é a pura alegria
Não manchado de receios
Ou eivado pelo medo.
Não vamos viver muito.
Então põe feijão nesse prato
Grite pelo seu time
Vem tocar com a gente
Pode chorar no samba
Larga essa continência
Se enrole na bandeira
E me beija
Me beija
Me beija!
Não vamos viver muito
A água vai acabar
O Ebola vem aí
Vai sair música pior
Os jornais vão te assustar
O pão vai ficar mais caro
Vão eleger mais ladrões
Vão calcinar as cidades
E emburrecer nossos filhos
Mas isso é novidade?
Vem cá, vem, reza comigo
Divide o pão- não a fome
Estenda a mão-não o prazo
E vem se atirar no meu peito
E faz com seus dedos de fada
O orvalho brilhar ao sol
Põe um colar de estrelas
Deita em mim porque seu peso
Me lembra o amor dessa terra
Me beija logo, anda logo
Me faz calar logo a boca
Deixa eu te embalar o sono
E vamos existir em paz
Nós não vamos viver muito
E isso encerra a disputa
E isso faz dobrar o sino
Lembrando as horas perdidas
Você não amou? Que pena!
Você tem menos um dia.
Vem cá, vem?
Me arranca
Esse medo inútil da morte
O espreitar inútil a morte
Útil mesmo é amar essa vida
Me encha de dengo, menina
Me encha de luz e desejo
Que é o motor do destino
Que é a alma do mundo
Enlaça teu corpo no meu
Dissipa minha dor no teu seio
E murmura com essa voz tua
Com que você fala tão pouco
"Amor, cala a boca e me abraça
Amor, fecha o livro e me leia
Amor, vem ver céu no meu ventre".
Não vamos viver muito tempo.
Que puta boa notícia!
Claudinei Soares
Então por favor, não me engane.
Meu tempo quero passar
Na companhia da verdade
A verdade de um poema
A verdade de um afago
Um abano no dia de sol
O colo amado e a luz
Dos olhos negros de minha mãe.
Não vamos viver muito.
Então me dê seu abraço
Sem medida, sem vergonha
E se tem algo que queira
Fazer antes ou depois
Toma tuas providências.
A vida não é longa
Nem para quem sofre
Nem para quem canta
A vida é um suspiro
E o meu suspiro que seja
Carregado de amor
Saturado da loucura
Que é a pura alegria
Não manchado de receios
Ou eivado pelo medo.
Não vamos viver muito.
Então põe feijão nesse prato
Grite pelo seu time
Vem tocar com a gente
Pode chorar no samba
Larga essa continência
Se enrole na bandeira
E me beija
Me beija
Me beija!
Não vamos viver muito
A água vai acabar
O Ebola vem aí
Vai sair música pior
Os jornais vão te assustar
O pão vai ficar mais caro
Vão eleger mais ladrões
Vão calcinar as cidades
E emburrecer nossos filhos
Mas isso é novidade?
Vem cá, vem, reza comigo
Divide o pão- não a fome
Estenda a mão-não o prazo
E vem se atirar no meu peito
E faz com seus dedos de fada
O orvalho brilhar ao sol
Põe um colar de estrelas
Deita em mim porque seu peso
Me lembra o amor dessa terra
Me beija logo, anda logo
Me faz calar logo a boca
Deixa eu te embalar o sono
E vamos existir em paz
Nós não vamos viver muito
E isso encerra a disputa
E isso faz dobrar o sino
Lembrando as horas perdidas
Você não amou? Que pena!
Você tem menos um dia.
Vem cá, vem?
Me arranca
Esse medo inútil da morte
O espreitar inútil a morte
Útil mesmo é amar essa vida
Me encha de dengo, menina
Me encha de luz e desejo
Que é o motor do destino
Que é a alma do mundo
Enlaça teu corpo no meu
Dissipa minha dor no teu seio
E murmura com essa voz tua
Com que você fala tão pouco
"Amor, cala a boca e me abraça
Amor, fecha o livro e me leia
Amor, vem ver céu no meu ventre".
Não vamos viver muito tempo.
Que puta boa notícia!
Claudinei Soares
0 Comentários