Um ser qualquer

Homem de cinza
Trafega rapidamente
Por entre meus dedos
As marcas em minha face
São suas
O progresso estampado
Nos corpos
É seu...
Por que o moleque traquina
Abaixa as calças
E lhe mostra a bunda
Se ele passa ligeiro?
Homem de cinza
Brinca pelo caminho
Com as vidas
De quem o perdeu
Homem de cinza
Quem o criou
Não lhe prendeu
É asas de anjo
Apontando caminhos
É o cheiro de enxofre
Desviando carinhos
Homem de cinza
É o tudo
É o nada
E a mão
Afagando os cabelos
O tempo.


Francisco Heraldo

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