Arte de Geralt |
Meu espírito tem
Tem asas estranhas
E garras que partem
As minhas entranhas
Voa por Egitos
E Romas, e Espanhas
Cruza Altiplanos
Andinas montanhas
Dispersa os cordeiros
Que em vão arrebanhas
Ronrona em tua pelvis
Todo artes e manhas
Porquê tantos sonhos
Ambições tamanhas?
Meu espírito tem
Tem asas estranhas...
Meu sonho pediu-te um beijo
teus lábios lhe deram dois
E na vigília partiste
Voltando jamais depois
Voltando jamais depois
Virando apenas poeira
Saudade - talvez a última
Paixão - talvez a primeira
Sem nome que à boca escape
Sem foto na algibeira...
Vai ver que sou uma bruma
Um uivo ao longe, estalido
que à noite se consuma
E quando o sol se avoluma
Parece jamais ter sido
Vai ver sou a asa clara
Que parte ao romper da aurora
Uma chegada que marca
O tempo de ir-se embora
Estrada inscrita nas águas
Que o barco no mar enceta
Canopo de antigas mágoas
Tumba de anseios... Poeta.
Claudinei Soares
0 Comentários