Concordância

Não tem como pegar
Da cintura para cima
Como na maldita foto:
In loco
-Ô loco!-
É tudo:
Lepra
Ou cura
Miséria inteira
Ou todo o prêmio da loto.
Não dá para beijar
Só a boca
Só os olhos
Não dá. Tem um corpo aí
Um cadaver vivo para ocultar
Do desejo ou do sentimento
Sei lá.
Você olha e - POW!-
quero morder
Quero agarrar
Quero aninhar nos braços
e fazer poesia
Acordar com beijinho
Café na cama
e panqueca
na manteiga e OOOOOOOOPSS!
Êpaaaaa!
É HOMEM, CARAMBA!

Éeeeee!
Ho-mem.
Exemplar macho
Da espécie homo sapiens.
Você também.
Mas já fodeu.
Você já quis
Não vem com essa
De não sabia:
Quis, quis sim!
Não faz um minuto.

No sepulcro à margem
Da terra santa
Chora entre espasmos
A caveira de Moisés.

Esse negócio
Vai mal.
Ou bem.
Será?
Rapaz!
A figura ali, olhos de esfinge
Não oferece enigma nenhum
E você quer é devorar
Meu Pai, que boca, que rosto
Que pernas que mãos
Que Donaire, Kawaaaaai! Kawaaaaaai!
Wahine! (wahine o caramba)
Está tão ereto quanto você.

E a pergunta:
Vai mais um século
Para a raça humana perceber
Que tanto faz?
E eu? Vai mais um ano?
Sei não.

Tudo é desimportãncia
O caso que me mata
É a concordância
Ela está tão gato
Ele é tão gata...

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