Através da Janela

Arte de PSAudio
A minha juventude nos áureos tempos coloquei
no santuário alcova de segredos
aqui vivi dias, meses, sempre atado
corpo escravizado, escravizadas mãos no calvário.

Do outro lado, o Sol, Paixão, seduz!
Inclina ao desequílibrio da raridade
é como lábios sensuais ao corpo
a minha masmorra é um anel brilhante.

Cerra tuas pálpebras bem: não olhes para nada!
Entristece mais! E, indignado
acorrente teus braços a um Calvário maior.

Estou ficando velho, prostrato, desamparado
preciso de um corpo para aquecer o Meu!
Ainda não conheço o Amor...

Murillo Kollek

Da revista Laboratório de Poéticas, Nº 1, 2005 - Ed. PMD

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