Negratitude

Olha, se desse, amanhã
Eu não ia ver memorial de nada
Falar de corrente nem de chicotada
Discutir respeito ou segregação

Olha, se desse amanhã
Eu ia pedir a Oxalá bendito
Para semear estrelas desde o infinito
E ver florir as matas, se desse amanhã

Olha, se desse amanhã
Eu dava uma flor pra cada desafeto
Pra casar nossos filhos,
Unir nossos netos
E haver mais que um dia
Pra lembrar meus pais

Olha, se desse amanhã
Eu não ia querer ouvir da era passada
Eu ia mergulhar tudo na batucada
Levar ao mundo um canto pra tudo curar
Ia abraçar meio mundo
Roçar a minha pele com carinho e calma
Sorrir pro mundo estar da cor da minha alma
Pois o que sei fazer de melhor é amar!

Claudinei Soares

Postar um comentário

0 Comentários