Não me ponha


Não me ponha num altar como objeto de adoração, à mercê de sua fantasia.
Princesas existem nos contos de fadas da Disney.
As histórias dos contos reais são cruéis e sangrentas.
Não me queira como sua Madona.
Eu cuido de mim e não tenho filho da sua idade.
Quer me amar? Me ame de forma real, na pele, no gozo, na vida, na cama, apenas como sou.
Não se decepcione com alguém que você criou.
Eu não sou sua fantasia de amor.
Sou real e imperfeita.
Não espere de mim aquilo que não tenho a oferecer. E isso é tudo para você!
Pessoas reais magoam.
Então, não crie um amor romântico, porque ora faço a mocinha, ora faço a vilã.
Meu coração foi colado, suturado. Não há mais espaço para ferir.
Por isso, não perca seu tempo comigo baby, caso queira brincar de casinha.
Não tenho tanto tempo como antes.
Desinfeta, vaza! Eu não crio ratos.
Se quiser ficar comigo, precisa ser real.
Na carne, pegar a veia. Andar ao lado.
Gosto de sexo casual, com homens que não valem a pena foder a mente.
Mas se quiser amor, baby, conquiste minha alma primeiro e terás de mim muito mais que um sexo bom e selvagem.
Não imponha nada. Eu não recebo ordens.
Sou dona de mim.
Convivo muito bem comigo, para receber migalhas.
Eu gosto de banquete.
Eu gosto de cheiro, de suor, de uma boa pegada de homem.
Gosto de ser tocada e sentir múltiplos orgasmos e de uma boa felação.
Transar é gostoso, mas fazer amor comigo é divino.
Então, não mexa com meu silêncio, se não pode com meu barulho, senão me aguenta, porque eu gosto de causar estrago.
Não sou sua boneca, tampouco sua acompanhante de luxo.
Tenho meu dinheiro e não banco a sugar daddy.
Sou uma mulher intensa, muito mais que volúpia.
Sou cigana. Sou nômade. Sou agreste, apenas não sou Santa.

Carmen Dell Roza





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