Experiência Sensorial

 


Acordar, levantar, cuidar da higiene pessoal, tudo muito natural.  Encostada a porta está minha bengala, como poderia esquecê-la? Sem ela estaria rareando as paredes em busca da  cozinha.

Cafeteira elétrica derrama o café... Aquele cheiro que me faz sentir viva no mundo agora escuro.
Café tomado, armário totalmente funcional, mas não me dou ao trabalho de olhar no espelho...
Espero que eu continue bonita como na última vez que me vi.
Ao sair, já dentro do elevador, percebo a mesma pessoa de sempre, acredito que esteja com um fone de ouvido, ao ouvir sua voz cantando baixinho me causa um arrepio gostoso, e solto um sorriso tímido queimando meu rosto.

Fim da tarde, termino mais uma jornada de trabalho.
Ao atravessar o portão do condomínio o vigia grita para alguém segurar o elevador. Eu posso ouvir o bater das portas nas mãos e seu retorno.
Não diz nada, nem mesmo um bom dia mas sei que é sempre a mesma pessoa, todos os dias. Reconheço o perfume amadeirado extremamente agradável e aquela voz suave me trazendo sensações inexplicáveis.
Subimos como sempre até o nosso andar mas, ao sair, num incidente desajeitado, senti a pessoa tropeçar e cair me levando junto.

Fui levantada com um aperto de mãos agitadas. Vergonha talvez? Ainda sim nenhuma palavra.
Ao me levantar senti suas mãos em meus pulsos.
Recuei mas não consegui solta-las.
Não gosto quando tentam me guiar,  como se eu fosse incapaz. Consigo chegar do elevador ao apartamento.
Mas então senti aquelas mãos sobrepondo seus dedos aos meus,  guiando meus pulsos em gestos que logo reconheci. Era linguagem de sinais!

Nesse momento entendi o silêncio, estaria dizendo obrigado? Me mandando tomar cuidado? Eu não tinha como saber. Levantei meus ombros em um sorriso sem jeito. Senti sua mão deslizar meu braço acima parando quase em meu pescoço, senti seu corpo se aproximar, ouvia seu suspiro tão próximo ao meu rosto e aquele perfume amadeirado tão  encantador me faziam quase sentir seus lábios.
Sua mão ajeitando meu cabelo, mãos suaves... Acalmaram meus nervos e aceleraram meu coração.
Agradeci verbalmente, mas a pessoa colocou dois dedos gentilmente sob minha boca. Entendi seu recado.

Recolheu nossas coisas do chão, a porta do elevador bateu.
Fui levada pela cintura e carinhosamente conduzida ao meu apartamento.
Eu reconheci o caminho e aceitei sua companhia. Só se ouvia o nosso respirar, um pouco mais acelerado.

Queria perguntar "alguma coisa..." oferecer algo.  Decidi simplesmente ir buscar água, mas ao me dirigir à cozinha sinto novamente o toque de suas mãos.
Me volto percebendo novamente aquela pessoa a minha frente, sinto seu respirar...
Delicadamente acaricia meu rosto, passa o dedo na minha boca, que se abre um pouco e inconscientemente dou uma mordidinha...
Suas mãos suaves descem pelo meu pescoço, sei que está a me admirar. Alcança meus seios fartos que eu não quero que pare agora...
Passa sua língua em meu pescoço, ante a minha aceitação e logo se afasta.
Inevitável não desejar que seus toques continuem. Dando a volta em mim, aperta minha bunda, sinto sua respiração atrás de mim, ainda paralisada. Permito-me sentir as delícias que percorrem meu corpo.
Novamente, sem nada dizer, pega nos meus pulsos e leva ao seu corpo, enquanto me beija deliciosamente, ouço a música saindo do seu fone de ouvido.

Diante da surpresa de seus toques pude apenas agora me mover livremente, tatear o desconhecido, sentindo aquele perfume inebriante.
Com cuidado tirei seu fone de ouvido, deslizei as mãos pela lateral de seu corpo, subindo encontrei seus seios.
Hesitei por um instante diante dessa nova informação. Nunca me imaginei estar com uma garota até aquele momento.
Segurei aquelas suaves e rijas peças, sentindo seus lábios nos meus enquanto minhas dúvidas desapareciam.
Roupas são tiradas e no tapete da sala estão dois corpos femininos nus.

Não  tenho certeza de nada, apenas arrisco-me.  Procurando com meus lábios os pontos mais sensíveis, ouvindo seus murmúrios.

Beijo seu corpo descendo às pernas,  grossas e bem torneadas,  tão  adoráveis a mim.
Beijo o interior de suas coxas apoiando seu joelho em meu ombro. Agora variando para singelas mordidas, queria provocar mais de seus murmúrios,  talvez algum de dor? Espero que ela não  se importe.
Deslizar minha língua por entre seus pequenos lábios quentes e molhados... Achei que seria estranho, mas eu gostei.
Permaneci ali, como abelha na flor, não sei bem quanto tempo. Ela segurava minha cabeça entre suas pernas, mas não se recusou a eu percorrer seu corpo com mordidas, beijos, lambidas até os seus seios, que já estavam rijos de desejo.
Sugar somente não era o que queria, apertei, juntei-os um ao outro, mordi seus mamilos e ouvia os sons guturais que ela fazia.
Entrelaçadas, eu era dela e ela era minha.!
Leves puxões de cabelo, ela agora por cima de mim... Eu pude experimentar a sensação única de ser deliciada por uma mulher.
Ela sugou meus seios, enquanto minhas unhas marcavam suas costas. Conduzi sua cabeça para entre minhas pernas, que já latejante esperava por sua língua em minha flor.
Que maravilha...
Nós duas, estimulando uma a outra, chegamos ao êxtase juntas, com força e intensidade.
E ficamos lá no silêncio e escuridão, desfrutando do nosso momento. Só nosso.

Elisa Lhandra, Kerley Nancy & Murillo Kollek

Postar um comentário

0 Comentários