Sou algo que adquire

Arte de Love Sun
Sou algo que adquire
Forma humana
E no caudal das ruas
Segue cortez
Amortalha sua ira
Sua gana
Num bouquet de mesuras
E desfaçatez

E quando ninguém olha
Nem suspeita
Desfaz-se a compostura
Natural
E surge a besta horrenda 
e perfeita
Exalando seu canto
E seu mal

Não tenho objetivo
Esperança
Não procuro riqueza ou outro poder
Apenas caço e mato
Nessa dança
Tenho o que me basta
Para crescer

Não quero um império
Ou respostas
Não sei levar a sério
Coisas assim
Homens choram seu Edem - choro com eles
Finjo esperar voltar
De onde não vim.

Sou algo que aceita o jugo humano
Um tolo soberano e suas sanções
Lacaio, subalterno... Sem engano
Tolero suas tramas
E as humilhações

Ajeito meu casaco 
Meus cabelos
Existo quando nego
Meu existir
Pago este preço e aguardo como um pesadelo
Por estes que não podem
Não dormir!


Claudinei Soares

Postar um comentário

0 Comentários