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Sua desatenção
Faz sorrir os transeuntes
Dessas horas
que passa entre livros
E memórias
Ela tece uma manta de idéias
Se agasalha e espanda as misérias
Que espalha
A rude canalha que está aí
Ela vê coisas sérias
E sorri
Ela encara a comédia
-e aí chora-
Ela sabe , seu tempo
É agora...
Ela roça os pés
Sob o cobertor
Escondida ela pensa em amor
Não conta a ninguém, não senhor
E ela faz uma guerra
Para ter sossego
Corre às ruas procurando emprego
Vê um bicho e quer dar-lhe aconchego
Pressente a morte e tem medo...
Diz que está ok
Se está mesmo
Eu não sei
Vai chegar tarde
Pra estudar
E a madrugada vai passar
Ela não gosta de carro
Acende e maldiz o cigarro
Canta bem alto pra apagar
A voz de quem dita por ditar
Faz uma sopa
Pro jantar
Senta-se no mesmo lugar
Olha a colher e ali se vê
"Que coisa sui generis é você"...
Ela acorda bem cedo
Ela sai quando eu chego
Ai, tomara que hoje ache emprego
A guerra foi para ter sossego
Ela é diva ela é doida
Ela tece a manhã
Rasga a tarde e na noite o divã
Faz dela a sábia, a sã
Ela ri com vontade
Ela encara o rochedo
Ela faz que não sabe o segredo
Desenha na água com o dedo
Ela tira uma foto
E protesta e reclama
Ela rola e reluta na cama
Só falta sair de pijama
Ela sonha com anjos
E apóia os ateus
Ela não sabe trocar pneus
E se vai realizar os sonhos meus
Quem sabe é Deus.
Claudinei Soares
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