El Mariachi

Vibrando a corda conta á brisa
Ao ar pesado e triste e frio
O que meu pensamento sonda
E lembra de um tempo sombrio
Rimando os tons decantam
O que o passado tem
Indaga ao éter sobre o mundo
Se altera - e a resposta não vem

Vibrando os olhos que vigiam
Com lágrimas por derramar
Os dedos nas cordas ciciam
Cintilam notas pelo ar
Violões velando vales
Corda conto e condão
Castelos se erguem pelos ares
E evolam na desilusão

Um frêmito percorre o corpo
Um átomo de subversão
E o sonho mesmo natimorto
Ao desfazer-se grita: Não
Se entranha na carne
Arde na pulsação
Aos dedos, ao ar - pelas cordas
E o nada se tornou canção!

Vibrando a corda conta à brisa
E a brisa vai por onde quer
Penetra o peito do valente
Abraça a alma da mulher
Tudo aninha em seus braços
Tudo pode alcançar
Levar ao infinito o mimo
Da finitude - que é sonhar.


Claudinei Soares

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