Eu não vivi a fome

Eu não vivi a fome. Nem a escuridão. Nem corri de enxame Atrás de mim, em procissão. Não sofri por amor Apenas amei E se sofri... Bem, não era amor. Vi o que não queria ver Senti; também o que não queria Sou o que queria ser. Não me entorpeço mais com agonias. Não entendi. Mas, antes, já não entendia Sempre quis ir Seguir a poesia. Nas curvas da estrada Nas curvas de um universo Pegada atrás de pegada Compunham-me meus versos. Na silhueta da floresta Naquilo que se tem. E não no que se resta No que é recíproco, idem. Meus olhos, caneta do meu cerne. As vezes falha, me faz rasuras nas páginas da vida, me faz ter amor, sonho e vida, nas linhas da vida.

Marcelo Souza

Postar um comentário

0 Comentários