Por que negociou
O azul celestial pelo cinza sepulcral?
O ar fresco e revigorante das matas
Pelo gás venenoso e infértil das fossas?
Os sucos refrescantes das frutas e das flores
Por mais uma garrafa de sangue sangrado e suor suado?
Que pacto foi esse que fez barganhar
O abraço caloroso de amigos e amantes
Pelo toque gélido de algozes e delinqüentes?
Foi de bom grado a permuta
Ou pesaram a mão na linha reta.
Não quero condenar e julgar
Mais do que já foi julgado e condenado,
Mas trocar
O amor pelo medo,
O desespero pela razão,
Deixa a impressão que nunca quis
Sentir o chão sobre os pés,
Contemplar o infinito acima da cabeça.
Assim sendo, que escambo devemos executar:
Perdoar a ofensa de quem se ofendeu
Ou cair em tentação
Para nos livrarmos do nosso próprio mal.
Adams Damas
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