Retomada


Há um ditado que diz,
Se a minha memória não falha,
Que quando algo é para ser
Ajuda até quem atrapalha.

Curiosa nossa história
Na gangorra dos limites
Dando a mão à palmatória,
De caos meros supérstites
Entre flores e vitórias.

Você foi sem querer ir.
Eu fiquei sem digerir.

Foi ai que entendemos
A importância do partir
Pois as vezes é só ele,
que nos permite reflorir.

Você voltou pro velho ninho.
Onde seu reino reside.
Ele tem nome e lugar

É seu porto e seu égide,
Lhes apresento: o meu carinho.

Laços desatados.
Agora estão mais enfeitados.

Sabores esquecidos.
Novamente apreciados.

Nossos corpos se conectam
Com chamar no liar.
Minha energia reverbera

A cada refastelar
Que sua língua úmida e quente
Descobre no meu corpo
Mais um trecho do te amar.

Os deuses escrevem cartas
E cândidos presunçosos que somos
Tentamos decifrá-las
Eles riem de nossa tolice
E nos sussurram aos ouvidos:
Despreocupem-se,
que já acatamos vossas súplices.

Então seguro sua mão
Com a certeza de não mais solta-la.

Pois minha alma já se fundiu a sua.
E prometeu para sempre ama-la.

Durma tranquilo nos meus braços,
Pois toda a treva já passou.

Onde havia dúvida e angústia,
Agora há certeza, segurança e muito amor.

Da janela, não importa se faz sol ou trovada.
Dentro de mim um Sol imenso resplandece
a ternura dessa retomada.

Vick Vital

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