DESATINADO
Noite, sombra
Pensamentos que ficavam
Caligem, negrume
Feto mal formado largado no cama
Arrefecido, acabrunhado
Pálpebras cerradas
Ainda respira
Não se move, talvez se arraste
Carne nua, pústula exposta
Inércia insolente presente
Gravidade, força estranha
És tu que prendes a coisa no ninho?
Força! Forçar em levantar! Pensar...
"Vamos brincar de força
Na árvore logo ali na frente
A corda está sempre pronta.
Inteligência emburrecida
Choro seco, calado
Azáfama demais por dentro
Solidão demais por fora
Epicuro e suas ideias imperfeitas
Pergunta milenar que abrasa o juízo:
O que é felicidade?
Minha mediocridade não me permite decifrar.
Postergado, para que não teste nada mais
A não ser mais uma batalha a travar.
Mas hoje não! Hoje é derrota.
Penso, mas não existo. Desisto.
Kerley Nancy
 
 
 
  
 
 
 
 
 
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