CILADA

 

Estava ali largada num pano de trapos
Mente voltada a preocupação fraternal
Minha dor deixada de canto, por não podê-la jogar fora.
Coração inflamado e vulnerável...
Vieste a mim.

Fui tocada por você sem que tenha usado as mãos.
Possível?
Apaixonar-se sem a possibilidade de se ver.
Insano?
Envolvida e laçada mesmo de tão longe.
Verossímil?

Tola demais, ingênua demasiadamente
O meu maior erro sempre se repete
Eu confiei em você.
Nos elogios enganosamente genuínos.
E planos que me alimentavam mas te assustavam.


Minha vida foi para o fio da navalha
O sangue escorre belo e quente
Ralo e deficiente...
Como acabar com essa dor na alma?
Como estancar o ferimento do coração que sangra?
Como se suporta chorar escondido todo dia?

Quem me apaixonou também me desenganou.
Planos de encontros desfeitos,
Esperanças frustradas,
E uma nova fé consolidada.
A sina de viver só os poucos dias que restam para viver.
Sou furacão que destrói tudo por onde passa.

Até quando afetarei aqueles que amo.
Não consigo mais suportar essa dor.
Me deixei seduzir inteiramente
Onde a carência gritou alto
Vivo por entre momentos inoportunos
Vivo caindo em cilada!

Kerley Nancy

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