Lembro como se fosse hoje, o dia que perdi meu avô. Ele era um pai pra mim. O pai que eu não tive. E a morte o levou. Julguei cedo demais, pra tanta falta que ele faz!
Senti ali que eu morreria junto. Que aquela dor que dilacera o peito e invade a alma nunca cessaria. Ao contrário, ela cresceria tento que eu me tornaria dor e não mais humana.
Te juro que por algum tempo foi isso! Eu era uma dor andando dentro de um jeans e sem pentear os cabelos.
Mas isso aliviou. Como?
Parece tão egoísta parar de doer.
Mas para. Transforma. Ressignifica.
E por que?
Porque a morte é inerente a nossa vontade. É a única certeza, depois que você está vivo.
Não teria sentido algum nada disso, se não fôssemos prontos para ela.
Já ouviu os gritos de uma mãe em trabalho de parto? Sim. É assustador.
Dizem que é a maior dor física do mundo. Eu realmente acredito... E mesmo assim suportamos.
Pois a dor de nascer e a dor de morrer são os pilares da nossa trajetória e estão intrinsecamente ligados ao nosso processo evolutivo.
Isso tudo pra dizer, que dói sim. Que dilacera sim. Mas você vai ficar bem, no tempo que o próprio tempo pede para isso, você vai ficar bem.
Vick Vital
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