Não será isso mesmo?

Arte de Logga Wiggler
Caminhar. É o que é.
Seguir de missão em missão,
de parada em parada
mão estendida ou punho cerrado
o hábito fazendo o monge?
Como luta e gôzo,
Floresta e deserto,
ir vadeando
tudo de roldão no rio da vida,
braço de mar de mistério

Como vem sendo, tem sido – mas não é?

Todo o canto é solidões
mundo é colcha de retalho do vazio
parece cheio e tem nada
paragem nenhuma-nenhuma travessia
Irpara lugar nenhum
é ir para qualquer parte
Mundo inteiro é um lugar só.

E a hora passa amargando.

ALua crescendo
e eu nos meus afazeres
A Lua cheia
e eu de alma partida
a claridade da Lua
e a caridade da Lua
hão de ser uma só coisa.

Me calo
Busco exatidões
carẽncia de fronteiras
horizonte muito grande
Olhos mareados
me tiram o senso

Faz favor de cuidar de mim

Pedido tolo. Faço não.
Cada um cuida de si
Pedi muito, ganhei nada
Madrugada me pegou, prevenido venho
meu fumo quem pica sou eu.

E não é desse jeito, será?

Um desbarrancar
de beira de rio e de face
montanha lixada pelo vento
derriçando no areal – Todo o canto é solidões
até ficar é ir-se embora.


Claudinei Soares

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