Sou vagabundo.

Sou vagabundo.
Vagabundo de tudo
De marca maior.
Sou uma brisa que passa
Revira o lixo
E as páginas
Mas passo logo
Parado e morto
Para mim é coisa só.

Deus me abençoou
A cada juramento
Que quebrei
descumpri
Aprendi
Hoje sei
O que é a vida
O que nela buscar.

Vida no meu
Humilde
Entendimento
É maldade
Fealdade e desterro
E o conselho
Do velho, da mãe
É pra não cairmos no erro
De achar
Que outra coisa existe

Vida
É tocaia.

Dúvida.
Travessia.

Pesadelo de noite
Faina de dia

Sê soturno
Quando almejar a alegria
Cale o amor
Se nutre o sonho
De amar.

Sou vagal.
Não adianta,
Sou vira-lata
Meia boca, meia casta
Meia hóstia, meia hasta
Que não colhe o que semeia.
E vai a vida
Demudando
Sangue jorra
Borbulhando
Cães brigando
Sob a lua cheia.


Claudinei Soares

Postar um comentário

0 Comentários