Juiz do mundo


Queria ser 
Juiz do mundo
E determinar.
Tudo é tão simples
As coisas estão tão claras
Só falta alguém
Para arbitrar
Quem merece e quem não
Primeiro de tudo
O quinhão
Certo regrado e ordinário
Porque o trabalhador digno
Dever ser digno
De um condigno
Salário
Punir a canalha
O seguidor do salafrário
E exaltar o humilde
Que embora humilde
Não seja forçosamente
Proletário.
Punir os maus.
Condutores
Pastores 
Governadores
Os maus pagantes
Os maus cantores
Os maus amores
E os recalcitrantes
Punir exemplarmente
E cercear firmemente
O mau agir
O mau falar
Deus sabe quanto o mal se beneficia
Daqueles que querem com ele acabar.
Decidir o certo
Mediar o futuro
Não um tiro no escuro
Algo premeditado
Com um estudo perfeito
De bons e maus feitos
Do passado
De modo á fazer um futuro
Pré moldado.
Subordinar a morte
Ao serviço judicial
Exilando em outro plano
Os inimigos da lei
Fazer reinar a paz
Que nunca viu um palácio
Fazer reinar o amor
Este que nunca foi rei...
Fazer reinar a razão
Loucura minha talvez
Trazer outro sol aos homens
A estrela da lucidez
Ah, devanear
Devanear, meus meninos
É um exercício
Da alma
Esta que guarda a alegria
Esta que é sempre triste
Que dá a luz à dúvida
Que a aponta e indaga:
Ela existe?
Devanear é delícia
Que doura os lábios de Deus...
Deus?
Deus eu absolveria
Na suas fraquezas de amar
Queria ser juiz do mundo
E determinar.


Claudinei Soares

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