Destinos

Às vezes o destino
Está errado
Às vezes vem a guerra
Destronar a paz
O futuro se cala
Amordaçado
De punir o destino
Quem será capaz?

O campo semeado
Jamais colhido
De sangue já regado
Morto já
O corpo do aliado
Que inimigo
Tornou-se
e explicação não há

Dizem que os sábios são
Uma ameaça
Seu gênio traz desgraça
Destruição
Isto dizem os tolos
Quem na praça
Conduzem a populaça
À inanição

Um erro do destino
E eis os sábios
Compondo sinfonias
Na solidão
E os tolos bem vestidos
Lábia e lábios
Arrastam tudo
Para a perdição

A guerra, a traição
A minúcia
A colossal astucia
O arquitetar
De nada adianta
O grito
A denúncia
Que força poderia
Nos justiçar?

Mas ergo minha voz
No torvelinho
Sem medo do caminho
Que há depois
Destino errou com flores
E com reinos
E assim, também pecou
Contra nós dois.

Claudinei Soares

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