Sem ninguém para entender

Sem ninguém para entender
Para lembrar ou esquecer
Sem datas para guardar
O calendário à amarelar
Sem relógio pra dizer
Que as horas tem poder
Sem sapatos pra calçar
Nem caminhos para trilhar
Eu me sonho solto no espaço

A vida pulsando em halos
meus olhos feito dois ralos
Sugando num vórtice eterno
As cores do mundo externo
E nunca a sede é saciada
De se entupir de nada
Sonho rastejar
Até seu abraço

Faca
carne
Sangue brota - é real?
Beijo
Desejo
Soco

Carícia
Escara
Bem sei que o bem é mau
São
Insano
Louco

Salto
Queda
Vôo
Abismo é só escolher qual
Rápido
Ou pouco
A pouco

Claudinei Soares

Postar um comentário

0 Comentários