Saiba que eu nunca quis

Saiba que eu nunca quis
Mas aconteceu
Quando o sol varou as nuvens
Não chovia mais
Me senti desamparado
Menos que ninguém
E imaginei teus braços
Dei-me alguma paz
Acho que já
Vi você sorrir
Como quem tem que ir
Para não perder
Saiba que eu nunca quis
Morrer.

Saiba que não é apenas
O que a gente diz
Sente ou sonha -há tanto ainda
Há um mundo em nós
E os poemas são os rastros
De algo que nem sei
Se tem força, se tem forma
Se tem corpo ou voz
Acho que já te ouvi
Contar a piada
Aquela engraçada
Mas que é sempre igual
Saiba que eu nunca quis
Seu mal...

Seu mal...
Que força você tem
Que forte você é
E não brilha em mim
Essa luz que de ti vem
Que tolo sou eu
Que terno e sonhador
Pedindo em silêncio
Perdão para ninguém...

Essas ruas apressadas levam
Para o mesmo lugar
Os ponteiros apontando, as luzes
Num caminho confuso
Tem um mar de gente inundando
As palavras de pedra:
"não sou conduzido- conduzo!"

Que forte você é
Seguindo sem saber
Meu coração vacila
E para de bater
E não brilha em mim
Essa luz que de ti vem
E nada silencia
O meu verso para ninguém

Claudinei Soares

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